sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mudanças

[...] uma fé cristã não tradicional pode ser
genuinamente simples e, não obstante, profunda.
HICK
Para cada estágio de desenvolvimento tecnocientífico de uma sociedade, para cada tempo a sociedade humana constrói seus próprios paradigmas. Desenvolve normas e parâmetros que todos devem obedecer e seguir para serem nela inseridos como “normais”. Porém tal como a sociedade estes paradigmas não são estáveis. Eles estão sujeitos às mudanças e de fato mudam quando as coisas mudam. Novos valores vêm outros anteriores vão.A nova forma de ver a vida modifica as coisas desta sociedade, lhes dá uma nova ótica, novo valor, nova cor tinge as verdades. "Para ser aceita como paradigma, uma teoria deve parecer melhor que suas competidoras, mas não precisa explicar todos os fatos com os quais pode ser confrontada" (KUHN, 1976, p. 38). Diz Kuhn “parecer” o que deixa perceber que nem sempre o novo é, de fato e de direito, o melhor.
Assim quando esta mudança ocorre não acontece um simples acréscimo às idéias já concebidas, não é uma simples modificação superficial e sem conseqüências duradouras porém, a concepção de imagens da comunidade científica muda e por conseqüência os dados anteriores são postos sob suspeita e recebem um novo olhar. Isto não ocorre sem resistência. Toda mudança enfrenta uma rejeição por parte dos que acolhiam as antigas conviccções. É preciso que a geração anterior se converta aos novos modelos para que a mudança se concretize e seja imposto o novo paradigma.
Ainda citando Kuhn, um paradigma raras vezes se reproduz na ciência, ele é substituído por outro que por experimentação se prova melhor naquele espaço, naquele tempo e naquelas condições semelhantes.
Em se tratando de Ciência das Religiões, são três os modelos, geralmente considerados: exclusivismo ( eclesiocentrismo), o inclusivismo (cristocentrismo) e o pluralismo , (teocentrismo ao qual se filia John Hick. Estes modelos porém não se excluem.